2023 foi o ano mais seco para os rios do planeta em três décadas
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Foto: Michael Dantas/AFP |
GIULIANA MIRAMDA
MADRI (FOLHAPRESS)
Ano mais quente da história da humanidade, 2023 foi confirmado agora também como o mais seco para os rios do planeta nas últimas três décadas. Os dados são do novo relatório da OMM (Organização Meteorológica Mundial) sobre o estado dos recursos hídricos globais.
O documento, divulgado pela agência vinculada à ONU (Organização das Nações Unidas) nesta segunda-feira (7), revelou que as geleiras sofreram a maior perda de massa documentada em mais de 50 anos, “emagrecendo” mais de 600 gigatoneladas de água no período.
O ano passado foi também o segundo consecutivo em que todas as regiões glaciais do mundo perderam gelo.
O relatório evidencia que as mudanças climáticas vêm tornando os ciclos hidrológicos mais erráticos, contribuindo para os muitos prejuízos às populações e ecossistemas.
Segundo a ONU, mais de 3,6 bilhões de pessoas têm acesso inadequado à água por pelo menos um mês durante o ano. A projeção é de que esse número suba para 5 bilhões até 2050.
Enquanto em muitas áreas do planeta houve secas intensas e reduções de chuvas, outras áreas sofreram com inundações e precipitações acima da média.
O aquecimento global, em associação a fenômenos climáticos naturais, como a transição de La Niña para El Niño, em meados do ano, colaborou para a ocorrência de eventos hidrológicos extremos.
“Como resultado do aumento das temperaturas, o ciclo hidrológico acelerou. Também se tornou mais errático e imprevisível, e estamos enfrentando problemas crescentes de excesso ou escassez de água. Uma atmosfera mais quente retém mais umidade, o que favorece chuvas intensas. Uma evaporação mais rápida e o ressecamento dos solos agravam as condições de seca”, disse a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo.
Redação Jornal de Brasília
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