Bolsonaro associa vacina a Aids e Facebook reage de forma inédita
O Facebook tirou do ar uma live em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) divulgou na última quinta-feira (21) uma notícia que associava a vacina contra a Covid-19 com a Aids.
Essa é a primeira vez que a rede social exclui uma transmissão semanal do chefe do Executivo federal. Em março de 2020, um vídeo em que Bolsonaro gerava aglomeração foi banido da plataforma.
O conteúdo em que o presidente faz a associação, que é uma inverdade, já não pode ser mais encontrado no Facebook e Instagram.
Durante a transmissão, Bolsonaro leu conteúdos de dois sites que afirmam que, no Reino Unido, pessoas com a imunização completa contra a Covid-19 tendem a desenvolver síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids).
"Não vou ler para vocês aqui, porque posso ter problemas com a minha live. Não quero que 'caia' a live. Quero dar informações concretas", disse.
Inquérito
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a inclusão, em agosto deste ano, do presidente como investigado no inquérito das fake news. O motivo são os ataques às urnas eletrônicas, pondo em prova a confiabilidade do processo eleitoral brasileiro desde que assumiu o mandato, em 2019.
A decisão de Moraes atende a pedido aprovado por unanimidade, em sessão nesta segunda(2), pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A investigação poderá tornar Bolsonaro inelegível posteriormente, caso o Ministério Público entenda, ao fim do inquérito, que há motivos suficientes para apresentar uma denúncia.
A partir disso, é preciso que a Câmara dos Deputados aprove o prosseguimento da acusação formal, com voto favorável de pelo menos ⅔ dos parlamentares, e, por fim, o STF decida pela condenação.
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