Fundos imobiliários registram o pior índice anual desde 2022
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Divulgação/Freepik |
Os fundos imobiliários registraram índices negativos em setembro, se configurando como o pior mês desde 2022. As perdas chegaram a cerca de 5%, podendo ter sido acarretadas pela retomada do ciclo da alta da taxa básica de juros.
O setor de ‘tijolos’, na área de construção civil, teve o pior desempenho do mês. De acordo com dados levantados pelo analista Flávio Pires, do Santander, o fundo com a maior queda foi a de shoppings, chegando a um recuo de 4,63%, seguido pelo fundo de lajes corporativas, com desvalorização de 4,58%. Ainda, o setor de galpões logísticos teve a menor intensidade, com baixa de 2,52%, conforme informações do portal Valor Investe.
Há a expectativa de novos ajustes no futuro, após a alta da taxa básica de juros da Selic, de 0,25 ponto percentual, para 10,75%, decidido pelo Banco Central (BC) na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Sócio da Brio Investimentos, Jefferson Honório pontua que, além do aumento na Selic, o acréscimo dos juros gera a diminuição imediata nos preços dos ativos ligados aos imóveis. Ou seja, “quando a taxa de juros sobe, os investimentos ligados aos imóveis acabam perdendo valor mais rápido”, explica Jefferson ao Valor Investe.
Já os fundos de ‘papel’, responsáveis pelo setor imobiliário, não correm tanto risco mediante a Selic, pois os ativos de crédito contam com um prazo de vencimento. O registro de desvalorização do setor em setembro foi de 1,90% sendo o “menos pior” no período. Por outro lado, os títulos pós-fixados, a exemplo do CDI, são favorecidos pelo aumento da taxa de juros.
O sócio fundador da Éxes, Artur Carneiro, acredita que, enquanto o setor de ‘tijolo’ estiver em baixa, muitos investidores, consequentemente, sairão da classe, fazendo com que haja muitas oportunidades em relação a preços.
A analista da EQI Research, Carolina Borges, lembra que no primeiro trimestre, os fundos imobiliários de shoppings tiveram um bom desempenho, o que deve permanecer. Ela ainda se disse otimista em relação aos fundos de ‘papel’.“Com juros mais elevados, o rendimento desse segmento vai continuar em bons patamares”, informa.
Carolina acredita ainda que o setor de galpões logísticos deve se estabilizar, devido ao número de galpões desocupados, que subiu após novos estoques entregues no início deste ano. Entretanto, o fundo de lajes corporativas deve enfrentar desafios com aumento nos preços.
Publicado por Vagner Ferreira
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