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PF apreende documentos sobre negociação imobiliária com deputado federal em um dos endereços de Vorcaro; saiba detalhes

 

Divulgação / Freepik

Polícia Federal (PF) apreendeu, em um dos endereços em que estava Daniel Vorcaro, dono do banco Master, um envelope com documentos sobre negócios imobiliários envolvendo o deputado federal do Partido Liberal (PL), João Carlos Bacelar, conforme aponta as investigações. 

Até o momento, a PF não identificou se o material encontrado no envelope levanta qualquer indício de irregularidade. De acordo com o Broadcast, o deputado afirmou que participou da estruturação de um fundo para erguer um empreendimento imobiliário em Trancoso, Porto Seguro, motivo pelo qual teria sido procurado por Daniel Vorcaro. Entretanto, segundo ele, o negócio nunca saiu do papel.

“Ele me fez uma consulta sobre um imóvel em Porto Seguro, que não se concretizou. Quando o banco começou a entrar em dificuldade, ele pediu mais um tempo para poder exercer a opção. Foi feito um documento dando a opção de compra a Daniel Vorcaro”, disse a defesa de Bacelar, ao Estadão. 

Por conta desse material encontrado, a defesa de Daniel Vorcaro solicitou, na sexta-feira (28), uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que toda a investigação seja enviada para a Corte. No documento, os advogados argumentam que o caso seria parecido com a Operação Overclean, da PF na Bahia, que subiu para o Supremo após aparecerem papéis sobre uma negociação imobiliária entre um investigado e um parlamentar.

O pedido da defesa caiu nas mãos do ministro Dias Toffoli e integra a estratégia para tirar o processo da primeira instância da Justiça Federal, mesma instância que havia determinado a prisão preventiva de Vorcaro.

Como a PF ainda não destrinchou todo o material recolhido na Operação Compliance Zero, deflagrada no dia 18, não há, até o momento, nenhuma suspeita ligada ao negócio imobiliário citado. Por isso, a corporação entende que não existem motivos para enviar o inquérito ao STF ou a outras instâncias superiores.

O que se sabe até agora é que a negociação imobiliária encontrada não tem ligação direta com a venda do Banco Master para o Banco de Brasília (BRB), foco central da investigação. Caso surjam indícios de irregularidades envolvendo outros movimentos de Vorcaro, a tendência é que novas linhas de investigação sejam abertas.

Entre o material recolhido também estão os celulares dos investigados, que já foram encaminhados para perícia e seguem em análise. O ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, estava fora do país no dia da operação, mas entregou voluntariamente seu aparelho à PF na semana passada.

por Vagner Ferreira

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