Senadores viajam a Fortaleza para mediar diálogo entre Governo do Ceará e policiais amotinados
Força Nacional começou a chegar ao Ceará nesta quinta-feira (20). — Foto: Thiago Gadelha/SVM
policiais militares que estão realizando manifestações contra a Segurança Pública estadual, comitiva de senadores da República virá a Fortaleza ainda nesta quinta-feira (20).
Pelo menos quatro batalhões da Polícia Militar em Fortaleza e em Caucaia, na Região Metropolitana, estão fechados nesta quinta-feira (20), terceiro dia seguido de paralisação de parte dos policiais militares no Ceará.
Além dos senadores cearenses Tasso Jereissati (PSDB), Eduardo Girão (Pode) e Prisco Bezerra (PDT), outros membros da Casa estarão presentes, como Major Olímpio (PSL/SP) e Elmano Férrer (Pode/PI).
O governador Camilo Santana (PT) deve receber os parlamentares no Palácio da Abolição, segundo Eduardo Girão. O encontro acontecerá no início da noite desta quinta. "Vamos tentar reabrir o canal de diálogo", disse o senador cearense.
O primeiro passo da comitiva será a conversa com o chefe do Executivo cearense. Só depois, haverá procura pelas lideranças do movimento dos policiais militares.
"Nosso objetivo é resguardar o interesse público. Queremos encontrar uma forma de dialogar para resolvermos o impasse", disse Girão ao destacar que não tem conhecimento de quem seria o interlocutor da negociação.
“Tentarei ajudar com a experiência que tenho na mediação nesse tipo de conflito. Não podemos permitir que ocorra uma tragédia”, acrescentou Major Olímpio.
Crise no Ceará
Um grupo de policiais militares do Ceará que reivindica aumento salarial e é contrário à proposta do governo de reestruturação da carreira da categoria realiza desde terça-feira (18) atos que a Secretaria da Segurança do Ceará classificou como "vandalismo" e "motim".
A crise teve estopim nesta quarta-feira (19), em Sobral, Região Norte do Estado, quando o senador licenciado Cid Gomes (PDT) levou dois tiros ao tentar entrar em um quartel militar ocupado por homens encapuzados. Cid pilotava uma retroescavadeira. Ele foi socorrido e, nesta quinta, foi transferido para a capital, onde segue internado, em estado estável, em hospital particular.
Resumo
- Em 5 de dezembro, policiais e bombeiros militares organizaram um ato reivindicando melhoria salarial. Por lei, policiais militares são proibidos de fazer greve.
- Em 31 de janeiro, o governo anunciou um pacote de reajuste para soldados.
- Em 6 de fevereiro, data em que a proposta seria levada à Assembleia Legislativa do estado, policiais e bombeiros promoveram uma manifestação pedindo aumento superior ao sugerido.
- Em 13 de fevereiro, o governo elevou a proposta de reajuste e anunciou acordo com os agentes de segurança. Um grupo dissidente, no entanto, ficou insatisfeito com o pacote oferecido.
- Em 14 de fevereiro, o Ministério Público do Ceará (MPCE) recomendou ao comando da Polícia Militar do Ceará que impedisse agentes de promover manifestações.
- Em 17 de fevereiro, a Justiça manteve a decisão sobre possibilidade de prisão de policiais em caso de manifestações.
- Em 18 de fevereiro, três policiais foram presos em Fortaleza por cercar um veículo da PM e esvaziar os pneus. À noite, homens murcharam pneus de veículos de um batalhão na Região Metropolitana.
- Em 19 de fevereiro, batalhões da Polícia Militar do Ceará foram atacados por grupos de pessoas encapuzadas e mascaradas. Em Sobral, homens encapuzados em carro da PM ordenaram que comerciantes fechassem as portas. No mesmo dia, o senador licenciado Cid Gomes (PDT) foi baleado em um motim de policiais que reivindicavam aumento salarial. Quando foi atingido, ele tentava furar um bloqueio feito no 3º Batalhão da Polícia Militar do município com uma retroescavadeira. No mesmo dia, o Governo Federal autorizou o envio de tropas da Força Nacional de Segurança ao Ceará.
- Em 20 de fevereiro, a Secretaria da Segurança divulgou que mais de 300 militares são investigados por 'motins' no Ceará. A Força Nacional começou a chegar ao Estado. Cid Gomes foi transferido para Fortaleza. O Governo Federal autorizou o uso das Forças Armadas na segurança do Ceará. /Por G1 CE
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