Ceratocone atinge cerca de 150 mil brasileiros por ano, afirma CBO
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Foto: Divulgação |
Em 10 de novembro é celebrado o Dia Mundial do Ceratocone, doença que causa o afinamento da córnea e faz com que o tecido tenha o formato de um cone. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o problema atinge uma a cada 2 mil pessoas no Brasil e, por ano, afeta cerca de 150 mil brasileiros. Já de acordo com a Sociedade Brasileira do Ceratocone, a condição é a principal causa de transplantes de córnea no país.
A Dra Fabíola Gavioli Marazato, médica oftalmologista do CBV-Hospital de Olhos, ressalta que o ceratocone atinge geralmente pessoas com idade entre 10 e 25 anos, mas crianças com quadro grave de alergia ocular podem apresentar a doença ainda na infância.“Ceratocone é uma doença dos olhos, mais especificamente da córnea, parte anterior superficial do olho. Com a doença, ela passa de uma forma semi-circular cilíndrica para uma forma de cone. Isso leva o paciente a ter uma baixa de visão.”, explica a médica.
Essa doença é, em muitos casos, causada por maus hábitos, que parecem inofensivos mas a longo prazo são muito prejudiciais. “Não devemos nunca coçar os olhos, isso faz com que o Ceratocone possa progredir e piorar ao ponto de o paciente precisar até de uma cirurgia mais séria como um transplante de córnea”, afirma.
Mais da metade dos transplantes de órgãos no Brasil é de córnea. Anualmente, são feitos 23 mil transplantes, e deles, 13 mil são do tecido ocular. Um dos principais fatores que levam o paciente a ter que passar pela cirurgia é o desenvolvimento do Ceratocone.
A especialista aponta que a faixa etária mais acometida pelo Ceratocone é entre a adolescência e o início da fase adulta, embora pessoas um pouco mais jovens ou mais velhas também possam acabar desenvolvendo o problema. “Não há uma relação com usar anteriormente algum grau. Na verdade, o início do Ceratocone pode ser justamente o início do primeiro grau do paciente”, ressalta a médica.
O Ceratocone tem uma forma relativamente fácil de diagnóstico e há tratamentos para estabilizar a doença e melhorar a visão. Fabíola adverte que quem tem algum nível de deficiência visual ou usa óculos de grau deve procurar o oftalmologista com frequência. “Quem tem uma deficiência visual, um grau de óculos que muda com uma certa frequência, que nunca resolve e nunca parece estar bom, deve desconfiar do Ceratocone. Procure seu oftalmologista, faça o seu diagnóstico e lembre-se: não coce seus olhos.”
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