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Junho Verde: Especialista explica a influência da ação humana com a tragédia no Rio Grande do Sul

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

As tragédias climáticas que assolaram o estado do Rio Grande do Sul em 2024 foram fatais para várias famílias e regiões do território gaúcho. De acordo com um estudo do World Weather Attribution (WWA), as mudanças no clima resultaram diretamente no fenômeno ocorrido.

A pesquisa da WWA também indicou que a ação humana amplificou fenômeno 'El Niño', com chuvas extraordinariamente intensas. Em entrevista ao BNews, Antônio Lobo, professor do Instituto de Geociências da UFBA e Coordenador de Meio Ambiente da SUMAI/UFBA, disse que a catástrofe ocorrida no Rio Grande do Sul não deve ser vista como um evento isolado ou exclusivo dessa região.

“A gente não pode pensar na tragédia do Rio Grande do Sul de forma isolada. Como algo exclusivo do Rio Grande do Sul, que só aconteceu ali, que só vai acontecer ali. Infelizmente, a gente não pode pensar assim. O que aconteceu ali pode, com certeza, acontecer em outros lugares, inclusive, aqui na Bahia, atingindo sobretudo o sul do estado, atingindo a Região Metropolitana, de Salvador. Porque a gente está vivendo a fase das mudanças climáticas”, destacou.

O especialista explicou que as mudanças climáticas estão ocorrendo devido às atividades humanas, que deixam o Planeta Terra mais quente. Além disso, acresventou que as mudanças climáticas estão ocorrendo devido a um processo de aceleração no aquecimento do planeta.

Ainda de acordo com o professor, o planeta está ficando mais quente e essa mudança no aquecimento está acontecendo de forma mais acelerada por causa da ação humana, pela ação antrópica. Ele destacou que está relacionado, em primeiro lugar, à emissão de gases poluentes, ao consumo de combustíveis fósseis, principalmente gasolina, óleo diesel, carvão mineral e outros derivados do petróleo.

Antonio ainda alertou que “o consumo desses combustíveis fósseis libera uma série de gases poluentes, principalmente o gás carbônico. O que, além de poluir o nosso ar e com isso gerar vários problemas de saúde, a concentração desses gases na atmosfera acaba retendo o processo reflexivo dos raios. E, consequentemente, fazendo com que o planeta fique mais quente. É como se a concentração desses gases fosse formando uma camada espessa na atmosfera, e essa camada serve para reter com maior intensidade e calor aqui no planeta”.

A TRAGÉDIA NO RIO GRANDE DO SUL

Segundo o especialista, o processo das mudanças climáticas tem gerado um processo de aquecimento das águas do oceano, e esse aquecimento das águas do oceano faz com que ocorra um processo maior de evaporação de água do oceano, e, consequentemente, a formação de grandes frentes de chuva, que são nuvens carregadas com toda essa água evaporada que se deslocam e elas tendem a se deslocar para essas áreas de borda do continente.

“Isso é fruto das mudanças climáticas, é fruto do processo de aquecimento global que por sua vez é fruto do uso intenso dos combustíveis fósseis por nós e também pelo desmatamento constante, principalmente para o agronegócio”, concluiu.

O projeto Junho Verde 2024 é uma realização do Grupo A4 com patrocínio da Suzano, Governo Bahia, Axxo, JBS, Sian Engenharia, Shopping da Bahia, Intermarítima e Casa de Apostas Arena Fonte Nova. O apoio fica por conta da Atlântico Transportes, ITS Internet, Planeta Imaginário, Ecogreen Educação Ambiental, Casa Soma e UCI Orient Shopping da Bahia.


por Maycol Douglas

maycol.douglas@bnews.com.br

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