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Revolução digital: Expansão da IA ameaça empregos dos próprios profissionais da tecnologia

 

Divulgação / Freepik

A revolução digital provocada pela Inteligência Artificial (IA) tem gerado um paradoxo que afeta os próprios profissionais de tecnologia. As ferramentas de IAs, por exemplo, estão elaborando códigos, corrigindo erros e, até mesmo, sugerindo melhorias nos sistemas de computação – algo antes feito por programadores, engenheiros e cientistas de dados. 

No entanto, diferente dos Estados Unidos, que têm gerado demissão em massa para investir em IAs, o setor de tecnologia é um dos que mais empregam no Brasil. No geral, oito em cada dez empresas devem realizar contratações nos próximos dois anos, com grande parte das vagas voltadas para estagiários e iniciantes, conforme projeção da Brasscom com a Fundação Telefônica Vivo. 

Hoje em dia, não basta apenas dominar as linguagens de programação, mas também manusear os sistemas de IA, sabendo trabalhar com algoritmos. “Quem se atualiza e busca entender novas tecnologias tem boas chances de se recolocar. Mas não basta ser só um conhecedor de IA. Os profissionais precisam de pensamento crítico e conhecimento de diversas áreas. Entender aspectos sociais e éticos também é essencial”, diz a gerente da consultoria de recrutamento Robert Half, Elisa Jardim, segundo o jornal O Globo

O cientista de dados Giulliano Pastor, recém demitido de uma empresa, passou a utilizar da IA em seu trabalho e conta que fez um processo seletivo recentemente que proibiu o uso da tecnologia. “Foi um pouco chocante. Eu me deparei com questões que eram fáceis, mas, por eu depender da IA durante algum tempo para executar as tarefas, fiquei travado por ter que escrevê-las do zero”, lembrou, na reportagem.

Já o gerente de inovação Carlos Victor Gomes, da Pitang Labs, que possui cerca de 400 colaboradores, afirma que não se ver mais sem o uso das IAs e que a produtividade da empresa aumentou de 35% para 50%. “Sinto que não tem mais volta. A IA acelera o trabalho e diminui a carga cognitiva. A gente está voando”, disse ao Globo. 

“Sem apoio da IA, as pessoas vão ficar tão obsoletas que talvez programar sem ela não sirva mais. Ou só faça sentido em casos muito específicos ou extremamente complexos”, continuou Gomes. 

 Vagner Ferreira

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